Em construção e gerando expectativa de trazer novas divisas para Mato Grosso do Sul, a Rota Bioceânica além de facilitar o comércio internacional, escoamento da produção e diminuir o tempo de viagem de mercadorias do Brasil para China e vice-versa, ainda terá alto impacto no trânsito de pessoas e turismo cultural.
Mais do que uma rota comercial, o caminho deve integrar as regiões afastadas de Brasil, Argentina, Paraguai e Chile, as quais compõem o panorama central do continente sul-americano.
Esse, inclusive, é o principal ponto abordado pelo Secretário Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro) de Campo Grande, Adelaido Vila.
Ele diz que a rota, além do impacto econômico, ainda promove a integração entre os países.
“Estamos falando de turismo, lazer e outros aspectos econômicos que não seja apenas exportação e importação. Campo Grande tem infraestrutura muito completa para receber esse fluxo de cargas, pessoas e cultura. Então estamos falando de uma integração latino-americana”, classifica.
Diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Bruno Wedling, comenta que o corredor deve trazer novas alternativas de turismo para MS.
“Vai mudar todo este mapa turístico, podendo vir do Chile e chegar a Bonito, Campo Grande e outros destinos, trazendo o turismo internacional, seja europeu ou norte-americano”.
Para ele, vai ampliar a integração na América do Sul, por meio deste corredor. “Já somos muito consumidos pelos paraguaios e bolivianos. Com a rota bioceânica podemos ampliar para a Argentina e o Chile também”, completou.
Uma das preocupações de Wedling é criar as condições adequadas para receber esses novos turistas, assim como ampliar as opções de rota no Estado.
“Tem critérios que o município precisa cumprir, para entender que de fato a atividade turística é prioritária para a economia da cidade. Nosso mapa turístico real tem 40 municípios”, finaliza.
INVESTIMENTOS
Para contribuir com o setor, o Governo do Estado quadruplicou os investimentos em turismo, desde a infraestrutura, recursos para ampliar acessos rodoviários e conexões aéreas aos principais destinos, até campanhas, promoções, apoio a eventos e programas estaduais de fomento à atividade.
“Tivemos auxílio emergencial ao turismo em função da pandemia, redução de IPVA a bares e restaurantes, captação de novos voos, como a conexão Congonhas-Bonito, e novas opções a Três Lagoas, Dourados e Ponta Porã. Não podemos aquecer da redução da alíquota do combustível das aeronaves”, elencou o titular da Fundtur.
Wedling ainda citou os editais e a captação de R$ 10 milhões para mais de 100 eventos em 20 cidades do Estado.
“São ações para incentivar o setor privado e impulsionar o setor. Para o futuro ainda tem um grande leque a ser trabalhado, reforçando a identidade cultural do Estado, ampliando novos voos, atraindo investimentos privados e abrindo novos planos de negócio”.
NOVAS FRONTEIRAS
Este novo mapa turístico vai levar desenvolvimento e impulsionar a economia dos municípios. Segundo a Fundtur, os investimentos também vão focar o desenvolvimento de novos tipos de turismo em Campo Grande, e a exploração sustentável das rotas Cerrado Pantanal e da Costa Leste.
Na antiga Rota Norte, por exemplo, foi criada a região turística “Cerrado Pantanal”, que está sendo conduzida por uma associação privada.
Ele ainda citou a atuação na Costa Leste, em uma ação integrada nos municípios de Três Lagoas e Aparecida do Taboado.
Campo Grande também entrou nesta nova rota. A cidade que antes atraia turistas em função de eventos e congressos, agora dispõe do Bioparque Pantanal. (\Com informações Jornal Correio do Estado).