Na quinta-feira (10), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou, em seu 5º levantamento da Safra de Grãos 2021/22, uma previsão de perda de 24% da produtividade da soja em razão da estiagem.
Conforme a pesquisa da Conab, a produção estadual total da oleaginosa está estimada atualmente em 9,7 milhões de toneladas, com uma produtividade de 46 sacas de 60 kg por hectare.
A diminuição do número de chuvas, associada a alta das temperaturas, que ocorreram desde a segunda quinzena de dezembro na porção centro-sul do estado, provocou a redução da produtividade.
Em tal cenário, houve estiagem durante o período em que a maioria das lavouras entrou em estádio reprodutivo, fase em que as plantas tornam-se mais sensíveis às intempéries.
A baixa da produção só não terá um impacto maior devido ao bom desempenho do comportamento climático na região centro-norte, localidade que corresponde a aproximadamente 30% da área em produção de soja no estado, onde foi possível manter boas expectativas em relação à produtividade.
ANTECIPAÇÃO DO CICLO DE LAVOURAS
Além das perdas produtivas, as condições climáticas adversas também provocaram a antecipação do ciclo das lavouras.
Conforme o acompanhamento do Progresso da Safra divulgado semanalmente no site da Conab, até 05 de fevereiro haviam sido colhidos 7% da soja cultivada no estado.
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DO ESTADO
Segundo informações do 5º Boletim de Grãos, em Mato Grosso do Sul, tem-se apresentado duas condições climáticas, sendo Campo Grande o divisor de diferenças.
A região centro-norte, que representa aproximadamente 26% das áreas de soja, recebeu bons volumes de chuva com distribuição adequada neste último período avaliativo.
Já as precipitações ocorridas no centro-sul, que engloba 74%, caracterizaram-se por grandes variações em volumes de chuva.
Além disso, a constante de temperaturas elevadas, acima de 40 ºC, tem gerado estresse hídrico.
Desse modo, as localidades mais ao sul foram as que sofreram com mais adversidades do tempo.
AUMENTO DA SECA
O aumento da seca favoreceu o aumento de populações de lagartas, percevejos, tripes e ácaros em comparação à safra passada.
Entretanto, não representaram perdas de produtividade diante da atuação dos técnicos e produtores no emprego de controle efetivo. (Com informações Jornal Correio do Estado).