Indubitavelmente, torna-se difícil entender a história de Mato Grosso do Sul sem perscrutar as nuances da “Guerra do Paraguai”. As repercussões culturais que a “Guerra da Tríplice Aliança” exercem sobre a formação do estado são fortes e presentes, até porque temos obras que testemunham este olhar para o passado. Foi em Corumbá, num primeiro momento o local aonde desembarcaram riquezas e pessoas; porquanto ao final, vieram a auxiliar a construir o Mato Grosso do Sul, conforme conhecemos hoje. Cidade estratégica, econômica, política e militarmente, a Cidade Branca acabou sendo uma dos municípios que primeiro tombaram, diante do avanço das tropas paraguaias mobilizadas por Francisco Solano Lopez.
Mormente em 1867, o presidente da província de Mato Grosso, Couto Magalhães, decidiu pela retomada do território para o Império Brasileiro e iniciou os preparativos militares, elaborando a estratégia das operações, que ficou sob o comando do então Tenente Coronel Antônio Maria Coelho. No dia 15 de maio de 1867 teve início a ação militar para a “Retomada de Corumbá” com a partida das tropas do Porto de Cuiabá, acampando nas proximidades da cidade supramencionada às 18 horas do dia 12 de junho.
Já na madrugada do dia 13, a tropa toma rumo norte, caminhando confiante, pelas margens do rio Paraguai, já respirando o ar da vitória. Depois de 25 quilômetros de marcha, param os soldados nas proximidades da vila de Corumbá, para observação e plano tático de seus comandantes. Pouco depois do almoço começam os ataques em pontos distintos, que duraram até o anoitecer. As tropas brasileiras perderam ao todo nove homens, dentre os quais, o Tenente Manoel de Pinho e o capitão Cunha e Cruz. Outros 27 homens ficaram feridos. Foram aprisionados 27 paraguaios, do total de uma tropa de 200 homens, que havia se instalado em Corumbá.
Finalmente reconquistada, e com o objetivo de que ali fosse plenamente restabelecido o poder imperial, segundo vários relatos históricos, foram construídos então cinco fortes: Limoeiro, Junqueira, Conde D'Eu, Duque de Caxias e Major Gama. A denominação Junqueira reverencia o então ministro da Guerra, Doutor João José de Oliveira Junqueira, justamente quem deu a ordem para construir a fortificação. De tudo ainda lembro que o Tenente Coronel Antonio Maria Coelho, teve seus restos mortais descansando na Praça da Independência sob célebre estátua, enquanto que os restos de Cunha e Cruz repousam no Cemitério Santa Cruz, juntamente com suas filhas: Maria do Carmo (Sinhá) e Florisbela (Yáiá). Ainda tive a oportunidade de Conhecer Sátiro Coelho aos 93 anos (descendente direto) residindo no distrito de Albuquerque. Isto mostra, que mais do que belezas naturais e animais exóticos Corumbá tem viva a sua história, no rosto de cada cidadão e isto mais do que nunca, deve ser preservado assim como, os ideais de liberdade, ordem e progresso: definitivamente revividos, para um novo país Pós-Covid, outra grande batalha vivida particularmente por milhares de famílias brasileiras, neste momento. Que tenhamos força, fé, bom ânimo e coragem!.
AUTOR: Rosildo Barcellos - Articulista