Mesmo após ser vacinado contra a Covid-19 as pessoas ainda precisam manter as medidas de biossegurança contra a doença. Isso é o que orienta a médica infectologista Ana Lúcia Lírio, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que faz parte da pesquisa da vacina da Coronavac, que será aplicada em Mato Grosso do Sul a partir de quarta-feira (20).
“Com certeza é preciso continuar com as medidas de biossegurança, mesmo com a vacina. Até conseguirmos o bloqueio da circulação viral vai tempo, esse ano ainda não. Mas é lógico que quando todos estiverem vacinados, as medidas podem ser relaxadas aos poucos”, orienta.
A vacina recebeu ontem a aprovação de uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e hoje deve chegar a Mato Grosso do Sul por meio do Plano Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.
“Essa notícia [da aprovação emergencial da vacina] é ótima. Sabemos que com o passar do tempo, para o vírus, a melhor coisa é realmente a vacina. Mas estamos iniciando esse caminho e conhecendo agora esse agente. Mas a perspectiva dos profissionais da saúde é das melhores”, afirmou a pesquisadora.
Perguntada sobre a mutação do vírus e a nova cepa da Covid-19 que circula no Brasil por Amazonas, e que é considerada mais contagiosa que a anterior, a pesquisador afirmou que, mesmo com essa “evolução” do vírus, o imunizante é eficaz.
“Existem muitas mutações e elas podem vir a dificultar a resposta do organismo frente aquele vírus, mesmo com vacina. Mas essa vacina [do Butantan] contém o vírus inteiro, então o risco é muito menor”.
Sobre a vacinação acabar ainda esse ano, a médica lembra que isso depende de alguns fatores.
“Se tiver produto sim, mas isso depende da velocidade das produções das indústrias. No Estado, o governo já lançou o programa de vacinação que já vai começar quando for disponibilizado. A Secretaria Municipal de Saúde já está solicitando a lista dos profissionais da saúde para tomarem a vacina assim que disponibilizada”. (Com informações Jornal Correio do Estado).