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ARTIGO: Cambará na trajetória do samba (Rosildo Barcellos)


Em agosto de 2020 foi declarado o Carnaval de Corumbá como patrimônio imaterial, histórico, artístico e cultural de Mato Grosso do Sul. Mas há um temor de que pelas condições atuais, o resplendor do Carnaval de 2021 não seja o mesmo de outras ocasiões. Essa afirmação foi asseverada pelo Ex - Presidente da Fundação Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico do Pantanal Luiz Mário Cambará, ele por ser filho de Luiz de Moraes Cambará, falecido aos 84 anos, deixando viúva a benquista Sra. Thereza Anna do Nascimento Cambará, e seus outros dois irmãos Miriam Tereza e Jeferson Cambará, pode dizer com propriedade sobre o assunto, pois nasceu no meio do samba corumbaense. Sua família foi historicamente, uma das peças fundamentais na afirmação das iniciativas artísticas e culturais de Corumbá, entre as quais o carnaval de rua. Era em sua casa que a família promovia saraus e reunia amigos para rodas de música, poesia e, é claro, a criação de entidades carnavalescas. A participação da família Cambará começa nos bailes nos clubes, com o "Bloco Amadoras da Folia", passando pela criação do Bloco Gente Boa Somos Nós e finalmente chegando ao surgimento da Escola de Samba- Imperatriz.

Luiz Mário Cambará, continua sendo um entusiasta da cultura e do sotaque da antiga Corumbá. Em uma conversa anterior, quando conhecemos Nelson Sargento (samba, agoniza, mas não morre) ele contava sobre o famoso sotaque corumbaense: "Corumbá é um caso a parte!", começa. "Do jeito de falar ao modo de viver, é diferente de toda região do estado, é uma cidade bem antiga, então a cultura, os costumes, são outros. Vejo como o berço da cultura sul-mato-grossense. O sotaque é muito carregado, carrega muito no "s". E tem umas coisas que é só lá. Que só o corumbaense entende.  "Nós carregamos no esse, a maneira de falar cantado, vou na casa de fulano, de ciclano, e falamos assim: 'Vou lá ni Titia'. Fala cantado mesmo. Esse e outros assuntos deram enredo para o filme "O Samba da Cidade Branca", que revela a época de ouro do carnaval de Corumbá MS, que já foi considerado o 3º maior do Brasil. O documentário como personagem o compositor Luís Cambará, como já disse, falecido em outubro de 2013. Realizado pelo: Birô Brasileiro e Espaço Imaginário. Com a pesquisa: Mestre Orlando. Producão: Vinil Morais. Direção: Alexandre Basso. Em Corumbá Luiz Cambará trabalhou no Banco do Estado de Mato Grosso (BEMAT) e na Companhia Telefônica do Estado de Mato Grosso (TELEMAT), onde se aposentou. No setor de comunicação, se projetou como um dos renomados radialista e comentarista esportivo da Rádio Difusora Matogrossense (Corumbá), Rádio Clube de Corumbá e da TV Morena em Campo Grande. Luiz Cambará foi fundador da Escola de Samba A Imperatriz, junto com sua família, valendo lembrar o seu saudoso irmão Airton Cambará e a Nadir Cambará. e durante mais de 10 anos seguidos, foi a campeã do carnaval corumbaense. Tinha voz grave, assim como outros contemporâneos em âmbito local como Jota Aguilar, Barcellos de Jesus, Walter Cárcano, e Acyl Barbosa .

Falando sobre o carnaval de 2017. Luiz Mario acrescentou "Naquele carnaval a expectativa era arrecadar R$ 5 milhões e houve retorno de R$ 8 milhões. Superou as expectativas, foi um momento de gerar empregos, aquecer a economia da cidade e fazer brotar a alegria"; e sinceramente é tudo o que precisamos para 2021, com toda a população brasileira vacinada e o Brasil retornando aos trilhos da prosperidade.

 

AUTOR: Rosildo Barcellos – Articulista.

 


Fonte: Rosildo Barcellos - Articulista e professor