A redução das desigualdades e a justa utilização das verbas públicas, reduzindo-se a burocracia, e o desperdício, e o descarte inadequado, são processos fundamentais para um bem viver saudável.. Neste contexto, não é difícil percebermos que vivemos em um período único na história do Brasil. Somos testemunhas de uma era de enormes carências de conhecimento, afetividade e espiritualidade. Nossa sociedade está dominada por princípios voltados quase que exclusivamente para o lucro e a manipulação pelo poder político, social, econômico, religioso e interpessoal.
Em tempos de Whatts App, e Covid – 19, sabemos o preço de tudo que nos cerca, mas não sabemos o valor de quase nada. O próprio conforto material, não tem sido alavanca suficiente para o sorriso perpétuo. Antes do isolamento social, já faltavam as verdadeiras amizades, os nossos heróis. E hoje, em agosto de 2020, faltam os verdadeiros laços familiares… falta acreditar na esperança e em algo superior à nossa dimensão de raciocínio: Deus. Percebemos enfim, a ausência de referenciais interiores se relaciona a muitas das patologias sociais que testemunhamos no Brasil, e no mundo, como o aliciamento dos jovens pelas drogas e os índices alarmantes de violência crescente e o desamor e a ingratidão imperando.
Num primeiro olhar, assim como a estética está relacionada com a construção do belo, com a busca da perfeição na arte, o carinho e a gentileza entre as pessoas, está relacionado à busca ideal da convivência social e familiar. E quando se fala em relacionamento com “Pai e filho” estamos definindo o primeiro conceito de cidadania. Aliás, ouso dizer, a convivência e a interação entre os diversos indivíduos impõem alguns limites a liberdade.
Em meados dos anos 80, foi lançado um comercial que recebeu inúmeros prêmios e que trazia como slogan: “Não basta ser pai, tem que participar”. Nesse comercial memorável, o filho acorda o pai num domingo de manhã para assisti-lo no jogo de futebol. Durante o jogo, o garoto – que ansiava poder entrar em campo e, por ora, estava como reserva – tinha, através dos olhos de seu pai, a todo o tempo, a atenção. Até que chegou a sua vez, e o garoto entrou em jogo. Tão logo caiu, seu pai correu da arquibancada para o campo em seu socorro. Após esse cuidado e atenção do pai, o filho marcou um gol.
Esse comercial trata de um pai que, diante de um impasse decisivo que o filho precisava resolver, transmitiu-lhe a condição necessária para que ele acreditasse, arriscasse e realizasse um sonho. É função de um pai legitimar as escolhas de um filho na vida. Enquanto a mãe retifica o pai ratifica e esse liame precisa existir, sempre que possível. A melhor herança que um pai pode deixar ao filho é o limite da compreensão, A função precípua dessa “missão” é arraigar em cada filho o mister de orientar-se pelo seu desejo, embora deva aluitrar pelo atilido, aliando os princípios daquela família, o conhecimento oriundo dos estudos (formais e informais), para que possa entender os limites para se viver em sociedade; almejando a felicidade sempiterna.
AUTOR: Rosildo Barcellos – professor e articulista