A Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Mato Grosso do Sul fechou seis unidades operacionais nos últimos anos no Estado. O principal motivo, segundo o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Groso do Sul, é a falta de efetivo. Os postos praticamente desativados estão localizados nos municípios de Água Clara, Sidrolândia, Terenos, Nova Casa Verde (distrito de Nova Andradina), Coxim e Caarapó.
Em Caarapó, por exemplo, desde que foi inaugurado em 2016, o posto da PRF nunca funcionou. Além de utilizada como um dos maiores corredores do tráfico de drogas da América Latina, essa mesma região, entre Caarapó e Amambai, foi cenário nesta semana de tentativa de assalto em um carro-forte com quadrilha armada com fuzis.
No entendimento do presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Grosso do Sul, Ademilson de Souza Benítez (De Souza), a unidade fechada em Caarapó pode ter sido um atrativo para a organização criminosa.
Segundo ele, o assalto a carro forte, baseado em exemplos nacionais, são realizados por grupos envolvendo número acentuado de marginais que estudam mapas, olheiros nas vias de acesso, capacidade de articulação de todas as polícias no perímetro, horários, vias alternativas de fuga e informações de dentro das empresas ou bancos.
“Não creio que se transforme em rotina, mas é lógico que a presença de policiais rodoviários federais em Caarapó poderia ser preponderante para que os bandidos escolhessem outras localidades bem distantes do município para praticarem o crime. No entanto devemos verificar também os efetivos das outras forças, pois sabemos que necessitam também de maior pessoal, e que torcemos para que haja solução também no âmbito estadual”, observa De Souza.
Conforme De Souza, o déficit da PRF em Mato Grosso do Sul seria de no mínimo 150 policiais. Para se ter uma idéia da gravidade, a PRF tem hoje um dos menores efetivos históricos desde o ano de 1994, ou seja há 25 anos. A consequência é o prejuízo do atendimento da sociedade e o enfrentamento ao crime. “O desejo do servidor é poder prestar atendimento no menor tempo possível e de forma qualitativa. A falta de efetivo prejudica o usuário que demanda maior tempo de espera nos casos de acidentes ou outros quaisquer tipo de auxílio”, explica.
Além do prejuízo para a sociedade, segundo o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de MS, a falta de efetivo causa danos diretamente nos próprios servidores que são constantemente convocados para escalas extras. Segundo de Souza, além do stress pelo acúmulo de trabalho, o problema afeta a vulnerabilidade do policial, no momento em que se vê obrigado a trabalhar com menor número de agentes por plantão. (Com informações Sul News).