Quinta-Feira, 12 de Junho de 2025    Responsável: Jota Oliveira    Fone: 67 9988-5920

ARTIGO: Quo Vadis? escrito por Rosildo Barcellos


É imanente da fase florida da adolescência, a verdadeira busca por experiências novas e sensações ainda inexploradas. E neste rol aparece a curiosidade pelo uso de drogas, sob todas as formas. Neste particular considero importante a informação aos riscos relacionados ao consumo do álcool e ao uso indiscriminado de drogas ainda que lícitas e de entorpecentes. Embora o Estatuto da Criança e do Adolescente proíba a venda de qualquer tipo de bebida alcoólica para menores de 18 anos; entre os jovens de 12 a 17 anos a taxa de usuários é preocupante, e a de dependentes de álcool é alarmante.

Ressalte-se atualmente o tema “análise toxicológica” para verificação do consumo de drogas, até porque esta vem sendo utilizada no meio profissional esportivo e no auxílio e acompanhamento da recuperação de usuários em clínicas de tratamento. Há testes disponíveis para a detecção de diversos tipos de substâncias psicoativas. Não é difícil esta análise posto que as drogas são geralmente metabolizadas pelo fígado e excretadas naturalmente. Portanto, analisar a urina em busca de metabólitos das drogas é um dos métodos para se detectar a presença de seu consumo e mais uma evidência de sua ação.

A prática demonstra que o período de duração da detectabilidade das drogas varia de acordo com a frequência e intensidade do uso das mesmas A análise de amostras de urina podem detectar o uso de maconha e de cocaína em períodos mais longos. Já o álcool é metabolizado e eliminado com alguma rapidez e os exames toxicológicos detectam com eficiência o uso recente. No que tange a cocaína retrata-se que ela é um alcaloide presente nas folhas da coca que funciona como um potente estimulante do sistema nervoso central, mantendo o estado de alerta e euforia. Possui efeito semelhante ao da anfetamina, porém com duração mais curta. A base bioquímica da ação é evidenciada pelo bloqueio quanto a retomada da dopamina pela terminação sináptica, prolongando, portanto, sua ação. O uso não recomendado da cocaína geralmente é feito por aspiração nasal direta ou inalação da fumaça. A intoxicação aguda pode produzir crise convulsiva, arritmia cardíaca, infarto do miocárdio, hipertensão, hipertermia e por vezes morte súbita. A cocaína produz dois metabólitos inativos: a metilesterecgonina e a benzoilecgonina - esta última, o principal produto encontrado na urina. Interessante lembrar que a cocaína deriva da folha do arbusto da “coca” (Erythroxylon Coca) do qual existem variedades como a boliviana (huanaco), a colombiana (novagranatense) ou a peruana (truiilense). A planta pode ser produtiva por 30 a 40 anos e com 4 a 5 colheitas por ano.

Urge ressaltar que inicialmente a droga pode transmitir uma falsa e passageira sensação de prazer que gradativamente vai se transformando em dor, sofrimento e infelicidade, de forma é extremamente comum induzir a pessoa a perder a sua dignidade e seu amor próprio. Quando isso acontece, restam como consequências frequentes o encarceramento, vez por outra uma internação em hospital psiquiátrico ou a temida e inexorável morte. Mas todo cuidado é pouco; pois as drogas estão praticamente batendo a nossa porta, um estudo recentemente publicado com dados coletados no Distrito Federal, resultou em saber, que com as devidas projeções, o consumo de cocaína naquela localidade anualmente é próximo de 700 kg. Essa informação foi possível a partir da análise da benzoilecgonina que é secretada pelo organismo dos usuários. Na verdade, uma considerável parcela da cocaína que entra no organismo se transforma ou é convertida na substância sobredita e a análise foi feita medindo a concentração dela, no esgoto. É pra se pensar, acerca da quantidade de adolescentes que experimentaram esse caminho não louvável, entre tantos que não voltaram mais, adentrando de peito aberto ao mundo das "drogas" e por fim indago: qual seria o resultado deste estudo em nossa cidade?

 *Articulista

 

Nota do Autor: Por que “Quo Vadis”?

“Quo Vadis” é uma expressão latina que significa “Aonde vais?” e teria sido dita por Pedro a Jesus, que lhe apareceu na Via Ápia, quando este fugia da perseguição de Nero em Roma, onde seria crucificado. Jesus disse que iria a Roma para ser crucificado novamente, já que Pedro abandonara a cidade. Pedro, então, voltou a Roma e continuou a pregar o evangelho, até ser crucificado de cabeça para baixo.

O termo, usado algumas vezes na Bíblia, foi tema de uma das obras mais importantes sobre a perseguição dos poderosos aos cristãos no início da era cristã, de autoria do escritor polonês Henryk Sienkiewicz. O filme épico “Quo Vadis”, de 1951, baseado no livro, fez sucesso mundial, tendo lançado duas grandes atrizes, até então desconhecidas, Sofia Loren e Elizabeth Taylor.

Ao se apropriar de expressão “Quo Vadis”, o articulista pretende usar todo o seu simbolismo para buscar os caminhos de como amenizar a questão da entrada das substâncias entorpecentes nas famílias brasileiras. É uma questão de todos! E quem conhece um usuário sabe a situação que a família toda e a comunidade em si enfrentam.

 

AUTOR: Rosildo Barcellos – Articulista Colaborador


Fonte: Rosildo Barcellos - Articulista