Mesmo após registrar intercorrências durante o desenvolvimento da safra de soja 2024/2025, Mato Grosso do Sul estima colher a segunda maior safra da história. Conforme dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS), a produção deve atingir 14,6 milhões de toneladas da oleaginosa, sendo menor apenas que o ciclo 2022/2023, quando o Estado colheu 15 milhões de toneladas de soja.
O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, explica que ainda haverá uma última revisão dos dados, que poderá trazer um número ainda maior.
“A nossa estimativa de 14,6 milhões de toneladas [de soja], obviamente, em função da quebra de safra do ano passado, está muito superior [à do ciclo anterior]. O Brasil vai responder por 40% da produção mundial de soja este ano, e Mato Grosso Sul contribui com uma recuperação excepcional. Vai ter ainda uma revisão, mas, pelas estimativas iniciais, tínhamos lugares com altíssima produtividade média de 70 [sacas por hectare], 80 sacas por hectare, dando essa média de 54,4 [sacas por hectare] em função de algumas regiões no sul do Estado”, diz.
Conforme já publicado pelo Correio do Estado, na região sul de MS, algumas áreas registraram perdas superiores a 70% da superfície semeada, impactando diretamente a renda dos agricultores.
O Boletim Casa Rural, elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) com base no Siga MS, aponta que 2,330 milhões de hectares foram afetados pelo estresse hídrico, representando 52% da área total.
As lavouras mais atingidas foram aquelas implantadas entre setembro e meados de outubro de 2024. Entre dezembro de 2024 e janeiro deste ano houve uma redução drástica nas precipitações, especialmente em janeiro, um mês crucial para a cultura da soja no Estado, pois ele geralmente concentra o período de enchimento de grãos.
“Essas questões no sul do Estado, Ponta Porã, Laguna Carapã... Houve uma redução de produtividade, mas, mesmo assim, vamos ter realmente um recorde. Terminou a colheita da soja, está 100% já, com armazém cheio e um ritmo de comercialização elevado. Então, realmente é importante para a arrecadação do Estado e para a atividade industrial”, ressalta Verruck.
Ainda de acordo com o boletim técnico, a colheita da safra 2024/2025 se encerrou duas semanas mais tarde em comparação à safra 2023/2024, considerando a mesma data, 16 de maio.
“Os dados oficiais de área, produtividade e produção ainda serão consolidados, seguindo a metodologia do Siga MS, que busca amostrar pelo menos 30% da área total. O resultado definitivo da safra 2024/2025 será divulgado na próxima semana, fechando um ciclo marcado por adversidades climáticas e extensão do período de colheita”, detalhou o Boletim Casa Rural. (Com informações Portal do MS).