Com quase 300 granjas, Estado já abateu mais de 3,3 milhões de suínos em 2024 e aposta em tecnologia, sustentabilidade e biogás para manter crescimento.
Mato Grosso do Sul se consolida como um dos maiores polos de suinocultura do Brasil. Com 119.582 matrizes em produção e mais de 3,39 milhões de suínos abatidos apenas em 2024, o setor movimenta a economia estadual, gerando aproximadamente 32 mil empregos diretos e produzindo 315 mil toneladas de carne suína no ano. A expectativa é de um crescimento de 10% para 2025, refletindo a força de uma cadeia produtiva moderna, integrada e sustentável.
Os números foram apresentados durante o 7º Fórum de Desenvolvimento da Suinocultura de MS, realizado em Dourados pela Asumas (Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores). O evento destacou os diferenciais competitivos do Estado, como a disponibilidade de grãos a preços atrativos, políticas públicas de incentivo e uma estrutura industrial moderna.
Um dos palestrantes do fórum, o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, ressaltou a importância da atividade para o desenvolvimento regional. “A suinocultura é uma cadeia integrada à indústria, que garante segurança ao investidor, gera empregos e movimenta fornecedores rurais e industriais. Além disso, é uma alternativa viável para diversificação das pequenas propriedades”, afirmou.
Segundo Beretta, a suinocultura em MS já reúne cerca de 300 produtores, com destaque para municípios como Dourados e São Gabriel do Oeste. Este último, inclusive, deve dobrar sua capacidade de abate diário, passando de 2.500 para 5 mil suínos. Já a unidade da Seara em Dourados, que abatia 5 mil animais por dia, está em expansão para alcançar 10 mil. Só essa planta industrial emprega mais de 8 mil pessoas.
Apesar dos avanços, o setor ainda enfrenta desafios, especialmente relacionados à biossegurança e sanidade animal. “O Estado atua de forma preventiva com apoio da Iagro, que realiza visitas e fiscalizações constantes para evitar riscos sanitários que possam comprometer a cadeia”, explicou o secretário.
Entre as inovações do setor está o uso dos dejetos dos suínos na produção de biogás e biometano. “O que antes era um passivo ambiental, hoje se transformou em oportunidade econômica. Os resíduos passam por um processo de fermentação e podem ser utilizados como combustível ou na geração de energia elétrica, criando uma nova fonte de renda”, destacou Beretta.
Para o presidente da Asumas, Renato Spera, o momento é de maturidade e fortalecimento do setor. “A suinocultura de MS está pronta para crescer mais. Temos atuado fortemente para representar os interesses dos produtores e buscar soluções sustentáveis para os desafios do setor”, declarou.
Ao final do evento, Beretta reafirmou o protagonismo de Mato Grosso do Sul no cenário nacional. “Somos referência em tecnologia, produtividade e qualidade de abate. A fábrica de Dourados, por exemplo, é uma das mais modernas do país. Nossa suinocultura é, sem dúvida, uma das mais tecnológicas do Brasil”. (Com informações Portal do Conesul).