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Veja principais pontos que respaldam pedido suspensão leilão BR-163


Novo contrato da BR-163, por exemplo, reduz 75% das duplicações previstas inicialmente
Trecho da BR-163, que vai a leilão no dia 22 de maio (Foto: Arquivo Campo Grande News)

Por dez anos, a CCR MSVia é cobrada por descumpriu cláusulas centrais do contrato de concessão da BR-163 em Mato Grosso do Sul. Agora, a menos de uma semana para decidir se o grupo segue ou não com a rodovia aqui no Estado, relatório resumiu as criticas contra a empresa.

O documento de 25 páginas, elaborado pela Comissão Temporária para Acompanhamento do Processo de Relicitação BR-163/MS,  aponta inadimplência crônica, maquiagem de obras paralisadas, perdão milionário de multas e até aumento tarifário sem contrapartida em infraestrutura.

Assinada por parlamentares, prefeitos e entidades da sociedade civil, a representação cobra a suspensão imediata do leilão de relicitação da rodovia, marcado para o dia 22 de maio, e exige apuração de responsabilidades civis, administrativas e até penais.

Para entender o que é questionado veja os dez principais tópicos apontado no documento:

DESCUMPRIMENTO DO CONTRATO DE DUPLICAÇÃO

A CCR MSVia executou apenas 150,4 km dos 845,4 km previstos, ou seja, menos de 18% da duplicação contratada, cujo prazo era de 5 anos a partir de 2014.

 

MAQUIAGEM DE OBRAS ANTIGAS COMO “NOVOS INVESTIMENTOS”

Os 65 km prometidos nos primeiros anos da repactuação já estavam parcialmente iniciados e paralisados, sendo reapresentados como novas contrapartidas, sem esforço real de investimento.

 

REAJUSTE TARIFÁRIO DESCINVULADO DA ENTREGA DE OBRAS

O novo modelo permite aumento automático do pedágio por marcos temporais, dobrando a tarifa em quatro anos mesmo sem a entrega das obras previstas.

 

PERDÃO E COMPENSAÇÃO DE MULTAS MILIONÁRIAS

A ANTT perdoou R$ 159,4 milhões e autorizou a compensação de mais R$ 237 milhões em multas, beneficiando a concessionária sem retorno concreto à coletividade.

 

BAIXO INVESTIMENTO DIANTE DE ALTA CAPTAÇÃO E ARRECADAÇÃO

A empresa captou quase R$ 4 bilhões em recursos públicos, mas investiu apenas R$ 1,97 bilhão. Ainda assim, arrecadou R$ 3,66 bilhões com pedágio até 2023.

 

AGRAVAMENTO DA INSEGURANÇA VIÁRIA

A falta de duplicação e manutenção adequada contribuiu para 865 acidentes e 74 mortes apenas em 2024, o pior índice desde 2017, segundo a PRF.

 

OMISSÃO DA ANTT E FALTA DE TRANSPARÊNCIA

A agência reguladora negligenciou a fiscalização e realizou audiência pública de forma reservada, sem participação ampla da sociedade e das autoridades locais.

 

MODELO DE REPACTUAÇÃO TECNICAMENTE LESIVO AO INTERESSE PÚBLICO

O novo contrato reduz o escopo de duplicação em mais de 75%, mas mantém ou aumenta os custos operacionais, segundo auditoria do TCU, sem justificativa plausível.

 

VIOLAÇÃO À LEI DE CONCESSÕES E PRINCÍPÍOS CONSTITUCIONAIS

A repactuação afronta os princípios da modicidade tarifária, moralidade e eficiência administrativa, previstos na Constituição e na Lei nº 8.987/1995.

 

PRECEDENTE INSTITUCIONAL GRAVE SEM NOVA LICITAÇÃO

A manutenção da CCR até 2054, mesmo com o histórico de descumprimento, representa um risco institucional e desrespeita o princípio constitucional da licitação. (Com informações Caribel News).


Fonte: Caribel News