Programa ocorre desde 2017, dá o exemplo “desde o chão” e ainda premia funcionários que recolhem e dão a destinação correta aos resíduos
Imagine a passarela de uma fábrica, em que o cascalho possui tom esverdeado, já que está misturado a 418 toneladas de vidro e assim formam a área externa, vista diariamente pelos funcionários como exemplo de reciclagem. Em Campo Grande, o exemplo ocorre desde 2017 e é fruto do Programa Ciclos, da empresa Real H, o qual dá o exemplo “desde o chão” e ainda premia funcionários que recolhem e dão a destinação correta aos resíduos.
Na área externa da fábrica, o vidro é visto de longe e a cada passo. Outra parte é enviada para a reciclagem, fora do estado. E tudo começou quando, na empresa, envolvidos na questão socioambiental verificaram que não havia nenhuma indústria de reciclagem do vidro, apenas de reaproveitamento.
Assim, devido a distância, verificaram ser inviável mandar o material para outro Estado, uma vez que o valor pago é menor do que o custo do frete. A ideia, então, foi utilizar o vidro na própria empresa, com os funcionários trazendo de casa, seja daquela “cervejinha do fim de semana” ou até mesmo aqueles mais dedicados, que retornam para casa fazendo a coleta dos recicláveis na rua e em comércios. E algo que é curioso neste processo: as camadas mais antigas vão sendo compactadas e transformam em areia.
“O Programa Ciclos está totalmente ligado às ações da empresa, voltados para a sustentabilidade, desde o ano de 2007. Foi uma ideia de um dos nossos diretores, Mário Henck Real, e o intuito é dar destinação correta a todo resíduo gerado pela empresa, então, tudo que é gerado aqui, tanto no ambiente administrativo como na indústria, no laboratório homeopático e também nas filiais, seja ele reciclável ou não, damos a destinação correta. E temos toda a documentação que comprova a destinação do material, todos os manifestos de transporte e as notas fiscais, tudo é documentado”, ressaltou um dos gerentes, João Paulo S. Anjos.
Segundo João Paulo, quando o material é vendido, vai para um caixa específico, o “caixa do Programa Ciclos”. “Esta receita volta para os funcionários em forma de premiação, por participação no programa, então, o que eles geram ali no dia a dia da família, o plástico, papel, papelão, alguma sucata de metal, se tiver, óleo de cozinha, então, ele traz o material para cá e temos um ranking dos 12 funcionários que mais trazem o material dentro do mês. Eles ganham uma premiação em dinheiro, que geralmente é um item de cesta básica, um pacote de arroz, um pacote de feijão, um macarrão ou um doce. Sempre tem um brinde”, comentou.
VIDRO É MATERIAL DE DIFÍCIL DESTINAÇÃO EM CAMPO GRANDE
O vidro é um material de difícil destinação em Campo Grande. Sendo assim, a Real H escolheu colocar o vidro como pavimentação. “Agora temos a estrada de vidro, uma estrada bonita, verde, bem legal, que vai da entrada da portaria até os fundos da fábrica. A gente recebe o vidro no Programa Ciclos e ele passa por um processo de de moagem, é triturado dentro de um ambiente controlado e nós espalhamos na estrada no lugar do cascalho”, argumentou.
Com o fluxo, tanto de veículos pequenos quanto pesados, o vidro vai moendo mais ainda. “Vai voltando ao seu estágio inicial, vai virando areia de novo, voltando ao seu estágio natural. É uma forma de mostrar para o funcionário e estender isso até a família dele, enfim, é a forma da empresa contribuir com ações sustentáveis. A destinação ocorre, de maneira correta, em 100% do resíduo gerado pela empresa”, finalizou. (Com informações Midiamax News).