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Ibama e PRF fecham cerco contra crimes ambientais nas rodovias


Fiscalização conjunta com PRF encerrada ontem (28) na BR-267 aplicou R$ 124 mil em multas por fraude no uso do ARLA 32 e transporte de produtos perigosos
A solução conhecida como ARLA 32 deve ser utilizada em caminhões fabricados a partir de 2012, mas alguns caminhoneiros fraudam o uso. (Foto: Divulgação Ibama)

Fiscalização realizada pelo Ibama e pela Polícia Rodoviária Federal na BR-267, próximo a Nova Alvorada do Sul, constatou que 65% dos caminhoneiros desrespeitam as normas ambientais para o transporte de produtos perigosos e que exigem a utilização de um aditivo que reduz a emissão de gases poluentes em veículos movidos a óleo diesel, o chamado ARLA 32.

Dos 17 veículos fiscalizados na quinta e sexta-feira, 11 notificações foram emitidas, entre as quais a falta de licença para o transporte de produtos perigosos. E por serem crimes ambientais, as multas são pesadas. Juntos, os proprietários destes caminhões foram punidos em R$ 124,7 mil.

Duas destas multas, totalizando R$ 6,7 mil, foram aplicadas por fraude no uso do ARLA 32. Obrigatório para caminhões movidos a diesel fabricados a partir de 2012, ARLA é a abreviação de Agente Redutor Líquido Automotivo. O número 32 refere-se ao nível de concentração da solução de ureia (32,5%) em água desmineralizada.

Ou seja, o ARLA 32 é uma solução líquida para veículos que possuem o sistema de Redução Catalítica Seletiva (SCR). Seu uso correto é fundamental para reduzir as emissões de poluentes gerados pela queima do óleo diesel.

Considerado mais eficiente do que qualquer outra tecnologia, o ARLA 32 converte as partículas de óxido de nitrogênio (NOx) em nitrogênio e água. Isso reduz em até 98% as emissões de óxido de nitrogênio.

Além de altamente poluente, esse óxido de nitrogênio é nocivo à saúde e responsável por diversos problemas respiratórios.

A legislação prevê que, em média, o aditivo represente 5% do volume de diesel. Ou seja, para cada 20 litros de diesel, deve ser utilizado um litro de ARLA 32, que é colocado num tanque separado do diesel.

Sem ele, o motor de alguns caminhões perde até 40% da potência, mas mesmo assim os flagrantes da falta de utilização são comuns, uma vez que os proprietários dos caminhões tentam reduzir o custo do transporte.

Durante a blitz os fiscais do Ibama constataram, além da falta total do aditivo, o uso de soluções caseiras produzidas com ureia vendida para outras finalidades, como fertilizantes, que podem ser compradas por preços menores. Além disso, alguns motoristas simplesmente colocam água em vez de Arla no reservatório.

Existem ainda aqueles que instalam um chip no caminhão para burlar o sistema de autodiagnóstico que já vem de fábrica nos caminhões, simulando o uso do Arla 32.

Porém, as multas mais pesadas foram aplicadas porque boa parte dos caminhoneiros alvos da blitz desrespeitavam as normas de Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos. Nos dois dias de fiscalização, foram aplicadas quatro multas no valor de R$ 20,5 mil cada, já que praticamente todas as normas estavam sendo ignoradas.

Esse tipo de blitz não é inédita, mas desde julho de 2019 o Ibama não divulgava informações a respeito desse tipo de fiscalização em Mato Grosso do Sul, conforme a superintendente estadual do órgão, Joanice Battilani. (Com informações Jornal Correio do Estado).


Fonte: Jornal Correio do Estado