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Demanda por internações leva governo a ampliar leitos para Covid-19


Com mais pessoas infectadas e maior demanda por internações, o governo de MS reverteu o movimento de fechar leitos: mais 10 vagas de UTIs serão abertas
Hospital Regional tinha nesta sexta-feira, quase 90% dos leitos críticos ocupados. (Foto: - Álvaro Rezende).

O aumento de casos de Covid-19 em Mato Grosso do Sul nas últimas semanas, principalmente em Campo Grande, e a consequente demanda por internações, levou o governo do Estado a ampliar o número de leitos disponíveis. Até a semana passada, o oposto ocorria: leitos estavam sendo fechados, depois do pico de mortes e internações dos meses de agosto e setembro.

A Secretaria de Estado Saúde (SES) divulgou nesta sexta-feira que leitos serão reativados para evitar possível colapso com o aumento da demanda de internações por Covid-19 no Estado. Ao todo, 10 novos leitos serão abertos no Hospital Regional com parceria da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), que deve disponibilizar médicos, terapeutas, enfermeiros, entre outros profissionais de saúde. 

O secretário de saúde estadual, Geraldo Resende, detalha que os convênios firmados com hospitais privados da Capital, o Hospital El Kadri, o Hospital do Câncer Alfredo Abrão e a Clínica Campo Grande serão estendidos até o fim do ano. O secretário explica que a nova medida é necessária, pois visa o aumento do número de casos confirmados da doença na última semana.

Segundo o secretário, o número de casos confirmados já está refletindo fortemente na taxa de internação em leitos de UTI e em leitos clínicos destinados para o tratamento do coronavírus. Do dia 11 de novembro até esta sexta-feira (20), houve um aumento de 30% nas internações pela doença. “Há uma semana, nós estávamos com cerca de 206 sul-mato-grossenses internados. Hoje, já temos 296 cidadãos em leitos de UTI e leitos clínicos no Estado. Um aumento bastante expressivo”, afirmou Resende. 

No início de outubro, quando a doença ainda estava no pico de contágio no Estado, a única data em que houve registro maior do que 600 casos foi no dia 3, quando 648 pessoas testaram positivo para Covid-19. Neste dia, o número de internados chegou a 467, sendo 241 em leitos clínicos e 226 em leitos de UTI.

De acordo com Resende, parte expressiva da população não está respeitando as atuais medidas de biossegurança, como usar máscaras e evitar aglomerações. “Nós estamos vendo uma parte expressiva da população que está levando a vida como se não existisse a pandemia. Enquanto a população não estiver imunizada, precisamos priorizar o isolamento social, o uso de máscaras e a questão das regras de higiene”. 

O secretário ressalta que, mesmo com resistência das prefeituras do Estado em adotar medidas mais restritivas para conter o avanço da doença, se o número de casos confirmados continuar aumentando nas próximas semanas tais medidas serão adotadas, mesmo sem participação de prefeitos.

 

BOLETIM

De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES) de sexta-feira (20) em 24 horas foram registrados 536 novos casos confirmados de Covid-19 em Mato Grosso do Sul. Em relação ao primeiro dia de novembro, houve um acréscimo de 262 casos, o que representa um aumento de 49% de novos testes positivos para a doença.

Dos 296 internados, 171 estão em leitos clínicos, 98 na rede pública e 73 na rede privada, e 125 em leitos de UTI, 75 na rede pública e 50 na rede privada. Em isolamento domiciliar encontram-se 6.158 doentes.

Campo Grande registrou de quinta-feira para sexta-feira 323 novos casos, seguida de Dourados, com 57; Corumbá, 23; e Três Lagoas, 20. A média móvel de contágio está em 0,6%, o que também representa uma elevação, podendo indicar que o Estado entra em uma nova onda de casos da doença.

De quinta-feira para sexta-feira, oito pessoas foram a óbito em decorrência da Covid-19. O Estado registra agora 1.713 mortes pela doença. Do total, 4 foram em Campo Grande, de pessoas com idades entre 48 e 91 anos. Dourados, Paranaíba, Nova Andradina e Três Lagoas registraram um óbito cada, de pessoas com idades entre 56 e 86 anos.

“A doença está muito presente, não só no nosso Estado, mas no Brasil. Há um avanço da doença nesses últimos dias, já está se expressando no número de exames que estamos fazendo, há um recorde substantivo da coleta de testes em todas as cidades, principalmente na Capital”, lamenta Resende.

O secretário ainda faz um alerta para a quantidade de casos não concluídos no Estado, em que 972 testes continuam em análise, e pede para que profissionais se mobilizem para a conclusão desses exames. (Com informações Jornal Correio do Estado).


Fonte: Jornal Correio do Estado