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Preço do boi continuará alto e carne mais cara para consumidor


Valor da arroba recuou cerca de 9% desde o mês passado no Estado após superar os R$ 200 no mercado
Arroba do boi abriu janeiro em média a R$ 182 para pagamento à vista. (FOTO: Arquivo)

 

Mesmo com recuo de 9% nos preços da arroba do boi no Estado desde o mês passado, quando o valor ultrapassou os R$ 200, a pecuária estadual deverá manter a "vibe" de preços elevados para o boi neste ano. E mais o consumidor pode esperar custos mais altos também na carne bovina. Hoje a arroba do boi abriu cotada a R$ 182 em média em MS. A avaliação é do analista pecuário da Ruralbusiness Júlio Brissac.

"Vamos operar em2020 com novo patamar de preços para a safra de boi. Mais alto que 2019. Vamos ter sim custo de produção ainda mais elevado e já estamos com novos patamares de valores também para a carne bovina", explicou Brissac.

O analista destaca ainda que os abates de vacas continuam altos, sem sinais de recomposição de rebanho no Estado o que deixa os estoques de gado abaixo das necessidades da gigante demanda interna e também externa.

Anos compradores - Na análise da Scot Consultoria, que mostra que em todo o País, 2020, 2021 e 2022 ainda serão 'anos compradores' e 2023, assim como 2019, será um novo ano de transição para o setor. A expectativa é que o piso para o custo da arroba, neste ano, ainda deverá se manter na casa dos R$ 200,00, mantendo, inclusive as margens equilibradas para todos os elos da cadeia produtiva. A variação deverá permanecer entre 3% e 8%.

"Os preços continuam fortes, deverão subir, mas as margens seguirão equilibradas", aponta o analista Alcides Torres.

O especialista chama atenção no entanto do pecuarista para custos de produção mais elevados - inclusive para os animais de reposição, os quais também sustentam uma consistente tendência de alta. "Esse será o ano do criador", diz.

Além disso, orienta ainda o produtor a assegurar seus preços sempre que as oportunidades permitirem.

"Como estamos entrando em um ciclo de preços bons, seria de se pensar que os pecuaristas fizessem operações como opções de venda ou seguro de preço tanto quanto em relação à altas excessivas, quanto à baixas excessivas, que também podem acontecer (...) Esses seguros todos devem já fazer parte do seu custo de produção para que ele não perca a oportunidade de ganho ou para que não perca ou pelo menos que não sofra grandes prejuízos", orienta.

Exportações - Na demanda por carne, a previsão de Torres e da Scot Consultoria é de que as exportações em 2020 cresçam na ordem de 10% a 15%, além de um consumo interno também se comportando de forma consistente.

Mais do que isso, porém, ele reafirma ainda a necessidade que o Brasil tem de otimizar sua competitividade, ampliando e diversificando seus mercados. "E isso tem que vir muito mais da iniciativa privada, dependendo menos do estado, embora essa equipe do Ministério da Agricultura seja muito boa". (Com informações Campo Grande News).

 


Fonte: Campo Grande News